Somente em 1893 as mulheres ganharam direito a voto, isso na pequena Nova Zelândia, ainda, aquela época, colônia Britânica. Ainda na década de 1920, elas não podiam votar na maioria dos países ao redor do mundo. Nos Estados Unidos só conquistaram esse direito em 1919, e no Brasil em 1932. Somente após a Primeira Guerra Mundial que as mulheres conquistaram o direito ao voto em alguns países europeus, Inglaterra (1918), Alemanha (1919), Portugal (1931), na desenvolvida Suíça até a década de 1970, em alguns Cantões, as mulheres ainda não podiam votar. Na América Latina, o primeiro país a conceder o direito a voto para as mulheres foi o Equador (1929), na Argentina, país considerado mais desenvolvido da América do Sul, até a Segunda Guerra Mundial, somente em 1946 as mulheres passaram a votar.
Mas não só de direito ao sufrágio se faz à participação feminina no mundo da política. A participação se estende também ao direito a serem votadas, e finalmente a serem eleitas. Muitas mulheres têm ocupado cadeiras nos parlamentos de diversos países. Mas no executivo as mulheres ainda têm avançado a passos mais lentos. Tivemos até hoje mais Primeiras-ministras do que Presidentes mulheres. Sirimavo Bandaranaike, do Sri Lanka, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeria-ministra no mundo. Ela exerceu a função em três períodos, de 1960 a 1965, de 1970 a 1977 e de 1994 a 2000. A primeira mulher a presidir um país foi Isabel Perón que sucedeu ao presidente Juan Domingo Perón, seu marido, de quem era vice-presidente, após sua morte em julho de 1974. Foi derrubada por um golpe militar em março de 1976. Isso na Argentina, que no ano de 2007 elegeu Cristina Kirchner presidente, mulher do então presidente Nestor Kirchner. Na América Latina cada vez mais mulheres têm conquistado a presidência de seus países. Os casos mais interessantes são de Violeta Chamorro na Nicarágua entre 1990 e 1996, viúva do ex-presidente Pedro Chomorro, e recentemente no Chile, quando Michelle Bachelet foi eleita em 2006. Primeira mulher escolhida para encabeçar o Estado pelo voto universal no Chile e na América do Sul.
No ano de 2008 teremos eleições presidenciais nos Estados Unidos, e Hillary Clinton, mulher do ex-presidente Bill Clinton, poderá ser a candidata do Partido Democrata. Durante o segundo governo Clinton Madeleine Albright foi Secretária de Estado, posto ocupado na segunda gestão de George W. Bush por outra mulher, Condoleza Rice. No Brasil, nas eleições de 2010 provavelmente termos como fortíssimas candidatas Dilma Russef e Heloísa Helena. Quem sabe não surgirão outras? O que mais se parece com governo feminino no Brasil foram às regências da Imperatriz Leopoldina, e da Princesa Isabel, beata e conservadora. Foi durante a sua segunda regência que finalmente a escravidão foi abolida no nosso país.
O século XIX foi o século das sufragistas, como ficaram conhecidas as mulheres que lutaram pelo direito ao voto feminino; o século XX foi o século da conquista do voto, e do início da participação da mulher na política, participando efetivamente de governos. Como exemplos importantes podemos citar em Israel, Golda Meir, primeira-ministra de 1969 a 1974, e na Grã-Bretanha, Margaret Thatcher, conhecida como a "dama de ferro", única mulher a ocupar o posto de primeira-ministra na história do Reino Unido, foi chefe do governo britânico de maior duração no século XX: 11 anos e 209 dias (maio de 1979 a novembro de 1990). O século XXI será o das mulheres presidentes e primeiras-ministras. Vejo uma reunião de presidentes do continente Americano dominada por mulheres. Será que seus maridos, primeiros-cavalheiros, vão fazer passeios turísticos e conhecer obras sócias enquanto elas decidem o futuro do continente?
Atualmente mulheres chefiam o governo ou são chefes de Estado e governo em diversos países do mundo. Além da Argentina e do Chile (América), temos mulheres chefiando a Alemanha (Europa), Coréia do Sul (Ásia), Moçambique (África) e Nova Zelândia (Oceania). No mínimo uma em cada continente. Ainda é pouco, mas já é um grande avanço.
Qual a importância de ter um mundo governado por mulheres? No mínimo um mundo mais justo do ponto de vista dos sexos. A participação da mulher nos cargos majoritários dos governos trás justiça a todas as mulheres excluídas, exploradas, subjugadas durante quase toda a história da humanidade. Isso no mínimo. Outras mudanças ocorrem nos governos femininos, como maior visibilidade e liberdade às mulheres. Ainda outras mudanças devem ocorrer, com o modo feminino de governar, temos que “pagar para ver”, e esperar outras revoluções que elas farão.
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